Pelo projeto aprovado, a Copel se torna uma empresa de capital disperso sem acionista controlador, que atualmente é o Governo do Estado.
O deputado estadual Evandro Araújo (PSD) votou contra a venda do controle acionário da Copel (privatização), nesta quinta-feira (24), em todas as votações sobre o tema na Assembleia Legislativa do Paraná.
Apesar do seu voto contra, o projeto foi aprovado por 35 votos favoráveis e 13 contrários (na 2º votação) e 35 a 12 (na 3º votação). Pelo projeto aprovado, a Copel se torna uma empresa de capital disperso sem acionista controlador, que atualmente é o Governo do Estado.
Araújo justificou o seu voto contrário à proposta pela falta de tempo para avaliar todo o impacto da medida e por considerar que a venda das ações não atendem ao interesse público.
“A Copel é considerada a melhor empresa pública paranaense por décadas, é altamente lucrativa e com importante papel social. Entendo que abrir mão do controle acionário da empresa tende a ser prejudicial aos interesses dos paranaenses em geral. Assim como, o debate açodado também não permitiu a transparência e participação social adequada ao processo", explicou Araújo.
O deputado também destacou, que após estudar a proposta, acredita que a venda das ações não será benéfica do ponto de vista financeiro. ”Em 2021, a Copel distribuiu cerca de R$ 3 bilhões aos acionistas, dos quais, R$ 960 milhões para os cofres do Governo do Paraná, que tinha 31,1% do capital total. Se a venda das ações ir até 15% como previsto, a tendência é que, por ano, o Governo do Paraná receba R$ 463 milhões para investimentos, por exemplo. Isso é menos da metade que recebe hoje", explicou Araújo.
A estimativa do Estado é arrecadar R$ 3 bilhões para investimentos com a redução do controle estatal da companhia. ”Com 31% das ações que tinha, o Governo receberia esses R$ 3 bilhões em três anos em dividendos. Portanto, a médio prazo, não parece ser positiva a redução do controle acionário", completou.
Araújo também questionou o argumento usado para defender o projeto, de que a Copel precisava passar para o controle privado para que a companhia continuasse a controlar a hidrelétrica do Foz do Areia. Segundo a direção da Copel, a concessão da usina termina em setembro de 2023 e caso o controle continuasse público, o ativo iria a leilão.
”Esse argumento ficou superado, já que há uma posição do Governo Federal de transição para que a concessão da Foz do Areia seja renovada. Portanto, mesmo sem a privatização, não haveria a perda deste ativo", concluiu.